John Textor e Landim indicam olhos abertos para o Fair play Financeiro
- Raphael Azamor
- 28 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Ao longo da temporada(e da última semana), os rostos do comando de Botafogo e Flamengo se posicionam a favor do Fair Play Financeiro Por Raphael Azamor, estudante de Jornalismo
Niterói, 28/08/2024 11:10
Em áudio vazado, que tinha destino o grupo de conselheiros do Clube de Regatas do Flamengo, o Presidente Rodolfo Landim, após a derrota de 4x1 no domingo retrasado (18) para o Botafogo externou sua insatisfação atacando os altos gastos em transferências e salários do Botafogo
com relação a sua receita arrecadada.
- ...Sejam bem-vindos aos tempos de SAF sem Fair Play Financeiro. - disse Landim ao grupo.

O dono da SAF Botafogo também se manifestou sobre o assunto durante a temporada, abrindo olhos para o Bahia, onde o Grupo City, dono da SAF Bahia e de outros clubes espalhados pelo mundo, injeta dinheiro aos montes, necessitando em alguns momentos de manobras financeiras para fazer contratações, como o uso de seus clubes satélites. O conglomerado de clubes que tem como empresa matriz a Abu Dhabi United Group, é ligada a família real de Abu Dhabi. - "(...)Se não fizermos alguma coisa sobre o Fair Play financeiro aqui, deveria ser um teto salarial, porque não tem os problemas que a Europa tem com teto salarial. Seria um limite contido internamente(....)
Se você fizer isso ou nada, e esse é meu aviso para Corinthians, Palmeiras, Flamengo(...) Se não fizermos algo, vamos acordar daqui a 70 anos, sob a atual estrutura administrativa, com as pessoas que estão aqui hoje, o Bahia vai ganhar o Campeonato Brasileiro em 17 de cada 20 anos.(...) Eles são Abu Dhabi. Nós temos que competir com o Catar (PSG) na França. Eu estou disputando com um país, não com um dono." Disse John Textor, em entrevista ao globoesporte.com . O Fair play Financeiro é uma forma de regulação das federações nacionais e no caso da UEFA até continentais de estimular uma boa administração no futebol, fazendo com que os clubes gastem uma porcentagem menor (geralmente em 75%) do que a receita bruta, evitando o endividamento e falência de seus clubes. Esse tipo de encorajamento por parte das federações não é novidade nos países europeus, como na Alemanha que já o faz desde 1962, através da mudança do campeonato antigo, para o novo modelo da Bundesliga. Mas o novo modelo, formulado em 2009 pela UEFA para todo o continente europeu, em um momento onde os clubes estavam numa péssima saúde financeira, com consequências severas a quem não seguisse o modelo da época, como o banimento de suas competições por algum(ou alguns) anos, como aconteceu com o Manchester City, e recentemente até com o Milan, na Uefa Europa League.
No Brasil, vemos diversos times contratando jogadores caros, com salários astronômicos, com as contas no vermelho, como no caso do Corinthians, que contratou Igor Coronado pagando na casa de 2 milhões de reais por mês, enquanto o Cuiabá acusa o mesmo Corinthians, de dar o calote na negociação envolvendo o Raniele (ex-jogador do Cuiabá).

O Fair Play Financeiro funciona? E a resposta é... depende. Os clubes europeus passaram a gerir seus clubes com mais responsabilidade, mas também aprenderam a driblar o sistema e continuar investindo bilhões, através de seus clubes satélites, e alguns até passaram impunes, como no caso do PSG, em meio a contratações bilionárias de Neymar, e Mbappé, por exemplo. Contudo, a administração de cada clube torna-se mais estável, e seguindo as regras estipuladas, e mantendo sua saúde financeira, a evolução da estrutura dos clubes é benéfico para o campeonato e consequentemente para as federações. Vai acontecer no Brasil? É cada vez mais inevitável que seja implementado pela CBF/Conmebol, com o propósito de melhorar as finanças e consequentemente a estrutura do futebol sul-americano, e também com o propósito de nivelar ao futebol europeu.
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