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Idolatria, carreira ou dinheiro? O dilema dos jogadores brasileiros



Por Sara Cristine e Raphael Azamor, estudantes de jornalismo

Niterói, 16 de junho de 2025 às 13:30


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A venda do Gerson, jogador do Flamengo, foi acertada pelo Zenit. O clube russo pagará a multa rescisória de US$ 25 milhões após a Copa do Mundo de clubes da FIFA, a pedido do próprio jogador, que desde que o acerto com o novo time se tornou público, vem sofrendo nas redes sociais e até mesmo em momentos de apoio ao clube, como no último ‘AeroFla’, evento marcado para apoiar e se despedir do clube no aeroporto do Galeão, na última terça-feira (10) quando o elenco embarcou para Atlantic City, e o evento ficou marcado por protestos pela saída do antes considerado ídolo da torcida rubro-negra.


Especula-se que o novo salário do atleta será de R$3 milhões de reais limpos por mês, levantando a seguinte questão: um jogador que é referência na posição, capitão e ídolo da torcida, além de titular da seleção brasileira, estaria tomando a decisão correta ao ir jogar no futebol russo? Sem a Champions League? 


Oscar, atualmente atleta do São Paulo, é um exemplo de jogadores que abdicaram de uma carreira e troféus visando principalmente a parte financeira. No final de 2016, foi transferido do Chelsea para o Shanghai Port (anteriormente Shangai SIPG) por 52 milhões de libras, aproximadamente 218 milhões de reais à época. Sua ida ao Shangai o tornou um dos jogadores mais bem pagos do mundo ao lado dos considerados três grandes da geração: Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar. Esse último, inclusive, priorizou o dinheiro ao trocar o Barcelona pelo PSG em 2017. 


Mas, para além do dinheiro ganho após se tornar a contratação mais cara do futebol (custando 222 milhões de euros - ou aproximadamente R$ 813M), o Neymar buscava protagonismo. Durante os quatro anos que jogou ao lado de Lionel Messi, o brasileiro foi campeão em dez ocasiões, embora decisivo em muitas outras. Uma delas na virada contra o seu subsequente clube, quando o atacante sofreu um pênalti, marcou dois gols e deu uma assistência na histórica partida que marcou o 6 a 1 para o Barcelona na temporada 2016/17. Ainda com desempenho heróico e excelentes partidas, o protagonismo era do argentino - o principal jogador do clube. Até que surgiu o PSG visando troféus com um projeto completamente em torno do Neymar, que aceitou e passou a vestir a camisa 10 do time francês.


Um outro bom exemplo desse dilema seria o Roger Guedes, vivendo grande fase entre os anos de 2016-2018, o atleta que pertencia ao Palmeiras e estava emprestado ao Atlético-MG, era o artilheiro do brasileirão 2018 e foi vendido ao O Shandong Taishan Football Club, anteriormente Shandong Luneng Taishan, clube chinês, que tinha um campeonato não conhecido pelos grandes times, mas sim pelas cifras milionárias que seus jogadores mais prestigiados recebem.

Em 2021, retorna ao Corinthians e assume o protagonismo do time, chegando a 126 jogos, 46 gols e 10 assistências pelo clube em apenas 2 anos, já que em 2023, o clube árabe Al-Rayyan se interessou pelo atleta e o contratou. A liga árabe também é conhecida pelos seus salários exorbitantes. De acordo com a Forbes, o Cristiano Ronaldo, jogador da mesma liga, recebe o maior salário do mundo (263 milhões em 2024).


Por fim, o dilema vivido por Gerson mostra uma realidade cada vez mais comum no futebol moderno: a difícil escolha entre se manter como ídolo de um clube, buscar títulos de expressão ou garantir estabilidade financeira em mercados alternativos. Casos como o de Oscar, Neymar e Roger Guedes mostram que não existe uma decisão isenta de críticas, o que evidencia como o futebol se tornou, também, um jogo de interesses, contratos e projeções de futuro. 



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